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Entendendo o Hipotireoidismo de Hashimoto – T4

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Conceito

O Hipotireoidismo de Hashimoto é uma condição médica que afeta a glândula tireoide, resultando em uma produção insuficiente dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). Para entender melhor essa condição, é importante ter um conhecimento básico sobre a tireoide e sua função no corpo humano.


Fisiologia

A tireoide é uma pequena glândula em forma de borboleta localizada na parte anterior do pescoço, justamente abaixo da cartilagem tireóide. Ela desempenha um papel crucial na regulação do metabolismo do corpo, as células principais agem produzindo os hormônios T3 e T4 e as células C agem produzindo calcitonina.

T4: É o hormônio mais produzido, corresponde a 93%, contudo sua forma é menos ativa que o T3, e serve como reserva, sendo posteriormente convertido em T3. Possui meia vida de cerca de 7 dias. 

T3: É o hormônio ativo, sua produção diretamente da tireóide corresponde a 7%, mas 85% da sua apresentando vêm da conversão de T4 pela ação da enzima 5deiodinase . Possui meia vida de cerca de 1 dia. A ação desse hormônio é no núcleo da célula agindo na transcrição de genes e agindo na síntese de proteínas, ativando o metabolismo. Elas são responsáveis pela ativação do metabolismo. Assim o organismo realiza suas ações como: crescimento, reprodução, renovação dos tecidos, conexões no sistema nervoso, entre muitos outros efeitos do metabolismo basal. Podemos dizer que é um hormônio essencial para a sobrevivência. 

TSH: É o hormônio produzido pela hipófise que regula a produção de T4/T3 na tireoide. 


Patologia

No caso do Hipotireoidismo de Hashimoto, a condição é desencadeada por uma resposta autoimune, na qual o sistema imunológico do corpo ataca erroneamente as células principais da tireoide, deixando de produzir T3/T4. Mulheres têm maior propensão a desenvolver essa condição, especialmente aquelas com histórico familiar da doença e com idade acima de 45 anos.


Sintomas

Os sintomas do Hipotireoidismo de Hashimoto podem variar de leves a graves e geralmente se desenvolvem lentamente ao longo do tempo. Alguns dos sintomas mais comuns incluem fadiga, ganho de peso inexplicável, sensação de frio constante, pele seca, cabelos finos e quebradiços, constipação, depressão, diminuição da frequência cardíaca, fraqueza muscular e dores nas articulações.


Diagnóstico

O diagnóstico do Hipotireoidismo de Hashimoto geralmente envolve uma combinação de exames clínicos, histórico médico do paciente e testes laboratoriais. Os exames de sangue para medir os níveis dos hormônios tireoidianos (T3 e T4) e do hormônio estimulante da tireoide (TSH) são comumente realizados para confirmar o diagnóstico, também é usado a dosagem do anti-TPO, o anticorpo que destrói as células tireoidianas. Em casos mais complexos, outros exames, como ultrassonografia da tireoide ou biópsia, podem ser necessários.


Tratamento

O tratamento principal para o Hipotireoidismo de Hashimoto consiste na reposição hormonal dos hormônios tireoidianos deficientes, geralmente na forma de T4 sintético, como a levotiroxina. O objetivo do tratamento é restaurar os níveis hormonais normais no corpo e aliviar os sintomas associados à deficiência tireoidiana. É importante ressaltar que o tratamento é geralmente contínuo e requer monitoramento regular dos níveis hormonais por meio de exames de sangue. O uso da medicação deve ser feito em jejum, cerca de 30 minutos antes da ingestão de café. O tratamento adequado proporciona uma vida saudável e sem sintomas ao paciente. Também é recomendado uma dieta rica em iodo, encontrado principalmente na vida marinha.


Complicações

O hipotireoidismo quando não tratado pode ter complicações graves, como osteoporose, insuficiência cardíaca e coma mixedematoso podendo ser fatal.


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Conclusão

Em resumo, o Hipotireoidismo de Hashimoto é uma condição crônica que resulta da destruição autoimune da tireoide, levando à deficiência dos hormônios tireoidianos essenciais para o funcionamento adequado do organismo. Com um diagnóstico precoce e um tratamento adequado, é possível gerenciar eficazmente os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados por essa condição.

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Acsa Araújo

Acsa Araújo

Médica desde 2022, formada pela Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM).

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