Existem basicamente 5 tipos de diabetes, a Diabetes tipo 1, tipo 2, LADA, gestacional e insipidus.
Diabetes vem do termo grego que remete a grande quantidade de urina, e mellitus remete a doce. Aretaeus, médico que relatou os casos criou o termo para fazer referência a presença de açúcar na urina dos portadores desta condição, conta a história que a urina dos diabéticos atraia as formigas.
Esse termo é bem elucidativo uma vez que remete ao principal sintoma da diabetes, a Poliúria (muita urina), e também inclui a Polidipsia (muita sede), a Polifagia (muita fome) e também a Perda de peso, formando os 4 Ps da diabetes. Contudo a diabetes tem diferentes causas, sendo dividida em 5 grandes classes. Confira:
Diabetes tipo 1 – DM1
Conhecida pela sua característica auto-imune, quando anticorpos destroem as células Beta do pâncreas produtoras de insulina. Para entender o papel da insulina, precisamos entender um pouco de fisiologia.
A insulina é um hormônio que age nos receptores de insulina de células de todo o corpo, uma curiosidade é que as únicas células que não usam os receptores de insulina são as células do cérebro (os maiores consumidores de glicose), às células renais (que excretam a glicose pela urina para controle da glicemia e causam o principal sintoma da doença) e as células do intestino (que absorvem a glicose dos alimentos).
Nos demais órgãos, como coração, músculos esqueléticos, pulmões, ossos, fígado, e outros, a insulina é fundamental para a entrada da glicose e formação do ATP, a moeda de energia.
Sem a insulina a glicose não entra nas células e permanece na corrente sanguínea, e o excesso é eliminado na urina pelos néfrons, que leva consigo água devido sua capacidade osmótica, aumentando o volume da urina do paciente e podendo levar a desidratação e cetoacidose diabética.
Muitos pacientes portadores de diabetes tipo 1, descobrem a doença na infância com quadro de cetoacidose diabética, um caso potencialmente grave se não tratado rapidamente em unidades médicas. Os portadores de DM1 invariavelmente necessitarão do uso de insulina, dieta e exercícios.
Diabetes tipo 2 – DM2
A principal causa de diabetes do mundo, representando cerca de 90% dos casos, com crescimento da incidência globalmente e uma preocupação da saúde pública, estima-se que 17 milhões de brasileiros sejam diabéticos.
A causa do DM2 é relacionada à resistência insulínica, ou seja o pâncreas produz insulina, contudo devido a uma alimentação desbalanceada e sedentarismo, há uma grande liberação de insulina para diminuir a glicemia cronicamente, isto permite que os receptores de insulina fiquem resistentes a ação da mesma, precisando cada vez mais de maiores quantidades deste hormônio, podendo provocar uma falência das células betas do pâncreas produtoras de insulina.
O tratamento consiste em uso de hipoglicemiantes orais como metformina ou glifage, glibenclamida, glicazida e outros novos medicamentos que agem nas células renais aumentando a excreção da glicose, como inibidores de SGLT-2, medicamentos mais modernos do mercado e que auxiliam na perda de peso. É importante parte do tratamento a dieta balanceada, perda de peso e exercício físico.
Diabetes LADA
É o diabetes auto-imune no adulto, contudo têm uma apresentando mais lenta que o DM1, com destruição progressiva das células beta do pâncreas e aparecimento tardio dos sintomas. Por isso seu nome, Diabetes Auto-Imune Latente do Adulto. São menos frequentes e representam cerca de 2% dos diabéticos.
Diabetes Insipidus
O Diabetes insipidus têm uma etiologia diferente dos demais casos, uma vez que sua causa é cerebral, com a diminuição da produção do hormônio antidiurético (ADH) ou chamado de vasopressina, produzido na hipófise. Esse hormônio age nas células dos rins impedindo a diurese, assim com a sua diminuição, os rins produzem mais urinas ricas em água, daí o nome insipidus, que quer dizer sem gosto.
Diabetes gestacional – DMG
A diabetes gestacional ocorre quando há hiperglicemia durante a gestação, potencialmente tornando uma gestação de alto risco devido aumento de complicações inerentes.
A DMG é diagnosticada no pré-natal com a realização de glicemia capilar em jejum e teste oral de tolerância à glicose (TOTG), sendo fundamentais ser realizados trimestralmente para evitar confusão no diagnóstico de diabetes pré-gestacional e diabetes gestacional.
A fisiopatologia da DMG é causado por uma diferente a resistência insulínica, ela ocorre devido a ação de hormônios contra-insulínicos, como estrogênio, progesterona, leptina, cortisol, lactogênio placentário e hormônio de crescimento placentário, que aumentam a glicemia, provocando um aumento do nível de insulina e portanto uma resistência insulínica no corpo materno.
Contudo a glicemia elevada pode ser absorvida pelo feto provocando um aumento do crescimento fetal ou causando lesões placentárias e provocando uma restrição ao crescimento fetal.
Conclusão
O controle eficaz do diabetes é essencial para a prevenção de complicações graves e para garantir uma vida saudável e equilibrada. Conhecendo os tipos de diabetes é possível tomar medidas mais acertivas ao compreender o mecanismo da doença.
Manter os níveis de glicose no sangue sob controle, adotar uma dieta equilibrada, praticar exercícios regularmente e monitorar a saúde com frequência, é possível minimizar os riscos associados à doença e melhorar a qualidade de vida.
O acompanhamento médico contínuo e o ajuste adequado dos tratamentos são fundamentais para adaptar as estratégias de gerenciamento conforme necessário. Com uma abordagem proativa e comprometida, é possível viver bem com diabetes e reduzir significativamente o impacto da doença na sua saúde e bem-estar geral.
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